Nossos hábitos são os elementos que governam o andamento do nosso cotidiano, para o bem ou para o mal. Assim como os maus hábitos podem prejudicar nosso corpo, produzindo dores crônicas, as mudanças de hábitos racionalmente implementadas podem trazer importantes benefícios.

Mas o que é o hábito? Hábito é um modo padronizado de agir, adquirido e tornado em grande parte inconsciente e automático. Frequentemente realizamos uma atividade considerada como hábito sem precisar pensar nela.

No nosso cérebro existe uma região chamada de “gânglios da base” responsável pela automatização das nossas atividades. Esta acontece para facilitar nossa vida tornando  a rotina mais eficiente.

 Através dos hábitos, presentes em aproximadamente 40% de nosso tempo, o cérebro organiza e economiza energia. Podemos assim ter nossa atenção focada em atividades novas ou que necessitam de mais concentração.


Bons e Maus Hábitos

Apesar dos hábitos serem facilitadores, podemos inconscientemente adotar alguns que sejam inadequados ou ruins para o nosso corpo. Quando algo se torna habitual significa que não estamos mais atentos a isto e, portanto, podemos estar correndo riscos.

Isto pode ocorrer nos hábitos posturais;  às vezes não pensamos se nossa postura de sentar está correta ou se é lesiva. Simplesmente nos sentamos numa cadeira e, se algo incomodar, fazemos uma pequena alteração e permanecemos sentados como  de hábito. O mesmo ocorre quando vamos dormir, quando nos agachamos para pegar um objeto ou qualquer outro gesto do nosso dia-a-dia.

No caso das tarefas relacionadas aos movimentos corporais você só perceberá que algo está errado quando aparecer alguma dor e, isto é o comumente visto nos consultórios: frases como “olha, não sei por que esta doendo, pois sempre me abaixei assim… sempre sentei deste jeito…. ou, durmo desta forma há anos não entendo porque agora não consigo mais…”

Esse é o grande risco de permanecer realizando algo errado de forma automática por anos. Como já dizia o filosofo Erasmo de Roterdã: “Não há nada tão absurdo que o hábito não torne aceitável”[1].

 É importante entender que as estruturas corporais só dirão que algo está errado quando estiverem lesadas. Isto significa que o corpo só será informado de que o movimento está errado  quando surgir a dor como um sinal de advertência.

Não é fácil detectar que o movimento que realizamos está errado. Como perceber que as nossas posturas estão guiando as estruturas corporais para um caminho perigoso?  Que os exercícios que realizamos estão incorretos ou prejudicarão a saúde em longo prazo? Na nossa cultura não existe o hábito de prevenir problemas; estamos sempre resolvendo problemas quando surgem. Portanto, a primeira mudança comportamental a ser realizada é adquirir clareza e conhecimento sobre o nosso corpo. Assim, poderemos prevenir as consequências dos maus hábitos posturais. Vale ressaltar que obter informações é uma atitude essencial para a prevenção.


Mudando um Hábito

Todo habito só existe porque uma rede de ações repetidas está  alimentando a sua existência. Por exemplo, o ato de nos deitarmos para dormir faz parte  de nosso cotidiano porque organizamos algumas ações para que o sono aconteça. Este hábito pode ser analisado e modificado de acordo com uma série de estratégias descritas a seguir:

1º  Reconhecimento da necessidade da mudança: as informações obtidas sobre como nos posicionarmos corretamente para dormir servem de parâmetro para a compreensão das falhas das nossas posturas.

Responsabilidade: compreendendo a necessidade de mudança passamos a ser responsáveis por ela, vestindo a camisa desta atitude.

Recordação: criar um sistema de lembretes sobre a necessária mudança de postura na hora de nos deitarmos. A troca e disposição consciente dos suportes (travesseiros e colchão) ajudam a alimentar o novo hábito.

Repetição: um hábito só se forma com a repetição do mesmo.

Recompensa: sensação de bem estar depois de uma ótima noite de sono consagra o novo hábito.

Assim, reconhecendo o mau e o bom hábito, alimentando, repetindo e consagrando o novo, estamos trabalhando atitudes automáticas a nosso favor. Muita atenção a isto.


[1] Erasmo de Roterdã (1466-1536). Sábio holandês, literato e filósofo. Autor de “Colóquios Célebres” e “Elogio à Loucura”, entre outros. A respeito do tema deste artigo cabe lembrar outra frase do autor: “Os males que não são percebidos são os mais perigosos”.


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Como modificar Hábitos? Entenda a importância e o risco que eles representam no nosso dia-a-dia.

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